5. GESTÃO FINANCEIRA: como o Governo do Estado movimentou os recursos financeiros que estiveram sob sua responsabilidade em 2002.

                  Balanço Financeiro - É o demonstrativo da contabilidade pública cujo objetivo é demonstrar a movimentação financeira ocorrida no exercício. Por funcionar como um fluxo de caixa para um determinado ano, o saldo inicial é o saldo que vem do ano anterior e o saldo final é o saldo que passa para o exercício seguinte. Na estrutura do balanço financeiro, definido pela Lei nº 4.320/64, são observadas certas peculiaridades que dizem respeito ao que se chama de movimentação extra-orçamentária. As receitas e despesas extra-orçamentárias são valores que transitam pelo Estado, não fazendo parte do orçamento. Nesse caso, o Estado é um mero depositário ou agente passivo da obrigação, cujo pagamento (as despesas extra-orçamentárias) independe de autorização legislativa. Em relação às receitas extra-orçamentárias, destaca-se que nem todo o valor que aparece no balanço foi dinheiro que circulou, pois nelas foi considerada a inscrição dos Restos a Pagar, uma receita fictícia, cuja finalidade é a de compensar a diferença entre os regimes da contabilidade pública - caixa para as receitas e competência para as despesas. Isso ocorre porque é comum que o valor empenhado até o final do ano seja maior do que saiu do caixa do Estado para pagar essas despesas até 31 de dezembro. Logo, no balanço financeiro, é demonstrada a parte do dinheiro no banco já comprometida com essas despesas empenhadas e não pagas.


Valores em R$ milhões

Receita

 

Despesa

 

Receita orçamentária

6.494,21

Despesa orçamentária

7.099,55

Receita extra-orçamentária

4.239,71

Despesa extra-orçamentária

4.197,50

Receita Total

10.733,92

Despesa Total

11.297,05

Saldo do exercício anterior

1.208,57

Saldo para o exercício seguinte

645,44

Total

11.942,49

Total

11.942,49

Fonte: Balanço Geral do Estado 2002.

Obs.: O valor da receita orçamentária apresenta-se com a dedução relativa ao FUNDEF (R$ 546 milhões).

                Percebe-se que a despesa total foi maior que a receita total em R$ 563,13 milhões. O confronto entre as receitas e despesas extra-orçamentárias, foi superavitário em R$ 42,21 milhões. O mesmo não se pode dizer do resultado obtido entre as receitas e despesas orçamentárias, que foi deficitário em R$ 605,34 milhões. Isto não significa que o Estado gastou mais R$ 605,34 milhões do que dispunha, pois devido ao significativo volume de recursos financeiros que vieram do exercício anterior, oriundos principalmente da privatização da CELPE, foi possível financiar parte desse excesso de gastos orçamentários.